O
Mutum-de-Alagoas (mitumitu), ave endêmica da mata atlântica do litoral sul de
Alagoas. Nos andantes de 1888 havia em abundância na localidade compreendida
entre Sucupira Torta, Água de Menino e Boca da Mata o hoje, raro espécime,
mutum-de-Alagoas em fase de extinção; ave de plumagem bela e negra que deu
origem ao nome do povoado que o homenageia tomando emprestado o nome e o
singularizando na memória dos alagoanos, passando a se chamar aquela localidade
de Mutuns. Acreditamos que, pela grande quantidade ali existente. Após um senhor
conhecido como Manoel Lourenço da Silva ter adquirido por compra aquelas
terras, encontrou a aludida ave no início da prática do desmatamento para o
plantio da agricultura; tendo construído sua casa com madeira da própria plaga;
os olhos daqueles pioneiros que faziam parte do empreendimento do Sr. Manoel
vislumbravam a cada dia o aparecer, em meio a paisagem onde a mata atlântica
embreava-se no agreste da terra, o lindo pássaro que não raras as tardes vinha
cantar ao redor das casas e das matas. Ficando na história daquela grei a
existência do pássaro que transformou com seus cantos a memória de um povo. Bem
no centro daquela povoação existia uma bela e forte timbaúba, chamando atenção
pela imponência de todos quantos aquela região passavam. Com o passar dos anos
a velha árvore tombou, talvez cansada de tanta sombra e beleza que concedeu;
acabou cedendo espaço à crendice nordestina que a substituiu por uma estátua do
santo do Juazeiro.
Hoje, 114 anos
após a chegada do seu fundador, que encontrara no solo daquela localidade uma
cruz ao chão, imagina-se que alguém a tenha esquecido, dizem os mais antigos
que de pronto o homem à levantou e deu-lhe o nome de Santa Cruz, originando
assim, o nome da igreja que passou a ser
conhecida como Padroeira Santa Cruz, tal se deu porque no dito local fora
construída a casa de oração. Ao falecer, o patriarca deixou muitos filhos e
netos, tornando fácil a proliferação dos Lourenços.
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