sábado, 7 de julho de 2012

Histórico do Município


Antiga Feira Nova, o povoado começou a ser formado na década de 50 do século passado em função de uma ponte construída sobre o Rio Coruripe, nas imediações do Engenho São Mateus, propriedade do senhor Samuel Pereira Sampaio. À época, fazia parte do município de Junqueiro. No início da década de 70, o empresário Teotônio Vilela comprou parte da propriedade. A partir daí, a povoação cresceu e passou a atrair novos moradores. Esse crescimento originou uma feira semanal que reunia gente vinda de outros locais. Com o passar do tempo, o lugar passou a ser chamado de Feira Nova. Em suas terras se localiza a Usina Seresta, empresa de propriedade da família Vilela. A indústria acelerou o desenvolvimento e o povoado superou até mesmo Junqueiro, a sede do município.
Em 1982, a vila elegeu três vereadores: José Francisco Cavalcante (José Vítor), Otávio Macário, João Eudes, (este três foram os vereadores que representavam os feira-novenses na luta pela independência. A partir daí, concentraram-se esforços em viabilizar os meios regulares para a emancipação. As vias legais exigiam um plebiscito, ou seja, uma consulta popular para a oficialização do projeto. E assim se fez. Em 1986, a população foi em peso às urnas, e algo em torno de 70% dos eleitores escolheram o destino de suas próprias vidas, pela liberdade politico-administrativa que veio a ocorrer através da Lei nº 4.831 de 12 de Dezembro de 1986, essa mesma lei alterava o topônimo de Distrito Industrial Senador Teotônio Vilela e cercanias para Teotônio Vilela com o epíteto de “Menestrel das Alagoas”, em tributo a um dos maiores articuladores da emancipação, Teotônio Vilela que faleceu no mês de novembro de 1983. Seja pelo interesse econômico ou pelo valor político, Teotônio foi uma das figuras centrais em todo o processo de independência política do município, encaminhou para Brasília todos os projetos necessários, deixando caminho livre à emancipação.
   De 1986 a 1988, teve-se que esperar este período para realização de eleições para prefeito e vereadores, o município teve um interventor nomeado pelo Governo Estadual. Adelson Pereira foi o nome de consenso entre todos os que faziam o movimento pró-emancipação. Nos dois anos de Adelson à frente do município, foram criadas as condições necessárias para que Feira Nova pudesse realmente ter uma administração permanente. Foram criadas estruturas de base, como a construção de escolas e de postos de saúde. Adelson procurou também organizar as eleições de 88, as primeiras do município. Concorreram ao primeiro pleito, organizado pelo administrador provisório Adelson Pereira, os seguintes candidatos: o funcionário da Usina Seresta Fernando José Torres, apoiado pela Usina e pelo grupo de Adelson e o proprietário das Fazendas Risco e Engenho Brejo o “Coronel” Jorge Pacheco.
Em novembro de 1988, Fernando José Torres foi eleito o primeiro prefeito, tomando posse em janeiro de 1989, com grande margem de votos, elegendo também a maioria dos vereadores de sua chapa. São eleitos os vereadores Otávio Macário, Cláudio Batista (primeiro presidente do legislativo), José Tomás Sobrinho (Pastora), Marcelino, Antônio Novinho, Gilberto José da Silva, Rogério Pacheco e Hermínio José e Luiz Carlos Barros.
O Município de Teotônio Vilela foi instalado oficialmente na presença de muitas autoridades das diversas esferas no 1º dia do mês de Janeiro de 1989, com território desmembrado de Coruripe e uma parte menor de terras do Município de Junqueiro. Justificamos que muitos pensam que fomos desmembrados de Junqueiro, ledo engano a este município somente pertencia a sede do povoado. Juridicamente, e somente ai, é que somos Termo da Comarca de Junqueiro. Em 05 de abril de 1990, quase dois anos depois de assumir, a Câmara de Vereadores aprova a Constituição Municipal (Lei Orgânica). Teotônio agora já tem as próprias leis: regimento interno da Câmara, Código de postura, código tributário, leis ambientais, etc.
Seguindo a política de estruturação de base, o prefeito Fernando Torres constrói as primeiras tubulações (fazenda Riachão – zona urbana), oficializando o ingresso da companhia estadual de abastecimento de água.

O fato é que já existia água encanada, mas esta corria em tubulação fornecida pela Usina sem qualquer tratamento.
O investimento foi, na época, de dois milhões e trezentos mil cruzeiros, algo em torno de 15% do orçamento do município. Com isso foram beneficiadas, no primeiro ano de fornecimento de água, aproximadamente, 6 mil casas. Em 91 já eram 9 mil casas. O então prefeito Fernando Torres promoveu instalações de água encanada para toda a zona urbana. Também como medida para reduzir a mortalidade, o governo começou a construir com recursos próprios de mais de 25 milhões de cruzeiros, a Cidade de Guadalupe, projeto mutirão de 346 casas com água encanada e saneamento. Alugou-se um prédio para a Secretaria Municipal de Saúde e Serviço Social e abriram-se os postos do Alto do Garrote, Água de Menino, Gulandim, Sucupira e Mutuns.
Quase dez anos após a primeira decepção, explode a segunda bomba: Teotônio Vilela é novamente campeã nacional de mortalidade infantil. Os números, que ultrapassaram os 130 por mil, assustaram a todos, inclusive a  milhões de brasileiros, que assistiam ao “espetáculo” por aparelhos de televisão. Os números realmente assustaram; mas não significavam necessariamente o que se passava por aqui. O que de exato aconteceu foi a falta de investimentos, o descaso. Após o início da década de 90, pouco ou nenhum esforço em estruturas de base foram feitas. O resultado disso foi a diminuição constante dos índices sociais, que já tinham dado um aviso há dez anos atrás.
Em 1994 é construído, com projeto de obras federais, um viaduto na BR 101, que corta Teotônio de um lado ao outro. Um viaduto que foi levantado e com ele a ruína dos moradores do bairro, até os dias de hoje chamado graciosamente de Feira Nova, uma alusão ao passado. O muro separara, de uma vez por todas, a cidade em duas. De um lado ficara Teotônio Vilela e do outro, casas de comercio, oficinas e até indústria de pré-moldados, fechadas e muitas imóveis domiciliares desvalorizados.



Principais vias de acesso

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