sábado, 7 de julho de 2012

Comunidades Quilombolas

No município de Teotônio Vilela cada povoado tem a sua singularidade, mas em especial aspiramos destacar as comunidades remanescente de quilombos Birros e Abobreiras, gente sofrida que até hoje lutam pelos seus direitos, direitos esses que durante muito tempo foi negado, mas que hoje graças a boas iniciativas e ações políticas essas pessoas estão sendo inseridas na sociedade, com os mesmos direitos de qualquer cidadão: direito à educação (inclusive superior), à saúde, à justiça social, entre outros... Precisamos ter consciência de que as feridas abertas por três séculos pelo regime escravocrata no Brasil ainda precisam ser realmente curadas; assim como o déficit social e a carga de preconceito que o rastro desse longo período deixou.
Vários projetos vêm sido desenvolvido no município, a fim de inserir essas comunidades que são tão pouco reconhecidas e valorizadas pela comunidade local, no sentido de desenvolver ações de caráter sócio-educativo, político-cultural que contribuam para o fortalecimento da identidade racial. É pensando assim, que a Secretaria de Educação e Cultura resolveu desenvolver o projeto “Quilombolas Vilelenses: Mãos que fazem arte!” para qualificar as famílias quilombolas através de oficinas de arte utilizando a matéria-prima encontrada nessas duas comunidades, gerando assim emprego e renda, além de resgatar costumes já não existentes entre eles.

Comunidade Birrus


No inicio deste século, numa época onde os negros fugiam de seus senhores em busca da liberdade, uma pequena comunidade se formou no meio da mata, tendo como primeiro morador o Sr. José Guilhermino e sua esposa Maria Joana da Conceição que compraram a propriedade, ansiando ali viverem com dignidade.
Segundo moradores da comunidade o nome Birrus originou-se por haver na terra antes desabitada, uma extensa espécie de árvore chamada Araçá de Birrus, com isso, as pessoas das terras vizinhas passaram a chamá-lo de Guilhermino do Birrus. Ali, passaram a viver da agricultura e constituíram uma família.
Com o passar do tempo seu Guilhermino faleceu e posteriormente algum tempo depois dona Conceição. As terras foram divididas com os filhos, ficando assim, cada um com a sua parte que lhes eram por direito. Certo dia chegou às terras o senhor Gama que comprou dos herdeiros uma pequena parte, passando a morar lá com sua família.
Na comunidade moram 38 famílias, num total de 148 pessoas e foi certificada em 19/11/09. A principal economia da comunidade é o cultivo da mandioca, milho, arroz, feijão, laranja, algodão, culinária e o artesanato com fibras vegetais.

Comunidade Abobreira


Nos tempos do Império os primeiros a chegarem àquela região, depois dos nativos, foram os escravos que provavelmente eram fugitivos do Puxim, que eram deixados pelos navios negreiros oriundos da África, que aportavam nas praias da Pituba, tendo Puxim como entreposto dos negócios escravistas, alguns eram deixados por não agüentarem prosseguir viagem, outros por venda. O certo é que alguns acabaram na localização chamada Aboboreira, de difícil acesso aos capitães do mato e a quaisquer tipos de perseguidores. Mais recentemente vindo do sertão, Misael com sua família chegou naquela localidade e adquiriu uma porção de terras que a utilizou na produção de hortifrutigranjeiros, sendo que, a que ganhou maior destaque e adaptação ao terreno foi o plantio de abóbora, que imitado pelos outros habitantes, transformou a região em muitos roçados, dando origem ao nome pela abundância dos frutos muito usado na culinária nordestina, portanto, o nome de várias plantas rasteiras ou trepadeiras que dão à abóbora sugestionou a denominação daquela grei. Com o falecimento de Misael, a cultura foi dada continuidade por Izídio Misael e Artur Francisco da Silva, que era genro do pioneiro. Na comunidade moram 40 famílias, num total de 169 pessoas e foi certificada em 19/11/2009 e comunidade conta com grupo escolar, e uma Igreja Evangélica Assembléia de Deus, Posto de Saúde, energia elétrica, Associação Comunitária, no laser pratica o esporte e festeja nos meses juninos. A principal economia da comunidade é o cultivo da mandioca, milho, arroz, feijão, laranja, algodão, culinária, produtos com ervas medicinais e o artesanato com fibras vegetais.

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