Povoado Àgua de Meninos

Nos idos de 1870, o caboclo João Barbosa com o auxílio doutros conterrâneos fizeram daquele chão seu habitat, à custa de muito trabalho e preparação da terra; construíram casas de taipa no compactar das varas e  cipós com barros batidos aos pés da vizinhança, nas cantorias dos barreiros e madeiras outras que serviam para apoiar as cobertas; eram habitações rudimentares; em torno de cada uma delas era desmatada a vegetação característica daquela planície, e, ali feito o plantio dos roçados, que a cada ano, ocupava maior espaço.
  Por volta de 1896, já se havia formado, com algumas casas, uma pequena fazenda, que em 1905 foi transformada em engenho passando a ser denominado de engenho São João; com o pequeno avanço populacional a agricultura e a pecuária ocupava um espaço cada vez maior, e assim sendo, a necessidade da utilização da água para consumo humano, que era extraída de cacimbas, geralmente escavadas nos oitões das casas, e o consumo animal, cujas águas para o gado tomar eram tiradas com a obtenção do precioso líquido através de escavações de poços que geralmente eram feitos em terra de aluvião que cresciam com as chuvas e os pequenos vertedouros das proximidades. Muitos meninos e meninas tomavam banho ali, um dia afogou-se, em meio às brincadeiras de criança, um menino e, então a comunidade passou a chamar aquela localidade de Água de Menino, que antes tinha sido conhecida como Vila São João por motivo da existência do antigo engenho. Naqueles tempos havia sido construída nos moldes das residências, uma capela de taipa para abrigar, na crendice popular, o padroeiro São Benedito. Com o envelhecer da estrutura e os danos causados à madeira provocados pelos cupins fizeram com que em 1908 o “bandeirante” João Barbosa a derribasse, e somente no ano seguinte deu início a construção da nova Igreja; tendo o benfeitor falecido em 1910. Por iniciativa de seu filho Joaquim Barbosa juntamente com todos os habitantes, terminaram a construção; na época já havia uma pequena povoação.
No ano de 1914, pelas preces do então Padre Jacinto, pároco da freguesia de Coruripe, foi feita a benzedura da Igreja como é dito na linguagem do interior, benzida e recebeu em detrimento a São Benedito, a padroeira Santa Luzia. Em 1920 houve uma santa Missão com Frei Inácio, que sugeriu que fosse mudado o nome para Vila São João, mas o povo não aceitou. Passaram por aquela povoação em seus trabalhos religiosos que a partir de 1937, Frei Antônio e Frei Roberto, em 1944, Dom Fernando, em 1954, Frei Cornélio e Frei Gregório, conseguiram fundar uma feira que durou três anos, e com ela, através do município sede que era Coruripe, Água de Menino ganhou uma praça, um mini posto de saúde, lavanderias e direito a educação. Com o advento da emancipação política do município de Teotônio Vilela, ao qual a povoação passou a pertencer em 12 de dezembro de 1986 por ato da assinatura do Governador do Estado, em sanção à Lei aprovada pela Assembléia Legislativa, após consulta à população através do plebiscito de 27 de abril de 1984. Com a primeira eleição o maior e mais antigo povoado do recém criado município ganhou um representante legítimo junto ao poder legislativo, o edil José Tomaz Sobrinho, conhecido pela alcunha de Zé Pastora, passando a ser a 2ª mais importante figura da história daquele povoado que hoje, graças ao Deus criador e as investidas do edil, o forte e bonito povo de Água de Menino conta com ambulância, Posto Médico com todo equipamento e estrutura humana, escola com 1º e 2º graus em pleno funcionamento. Vale salientar que assim como cresceu o seu povo, também a sua fé onde hoje conta com os evangélicos assembleianos e os batistas com templos construídos e servindo aos seus propósitos.

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